terça-feira, 11 de junho de 2013

As coisas pequenas que o amor traz

Nunca fui bom em falar do amor. E me dedico aqui ao tema com a advertência de que não escreverei sobre as grandiosidades do amor, embora haja tantas, mas justamente de pequenices, igualmente deliciosas, que o amor costuma me trazer.

Percebi que amor me leva onde não iria só, expande as possibilidades quando só o que eu vejo é o de sempre. Me traz o pão diferente que eu não compraria, me leva em restaurantes suspeitos de serem o que eu nunca sugeriria. Me compra um terno alinhado, me faz voltar a disney com barba na cara e me divertir ainda mais que quando criança. O amor também me desalinha os cabelos, por que acha mais bonito, quanto mais bagunçado melhor, mas insiste que sejam bem cortados. O amor me convence a tirar os sapatos prá não sujar os tapetes e me ensina o prazer de uma casa bela. Pendura os quadros, rearranja os móveis, pinta-os de amarelo. O amor me apóia a herdar velharias e acha bonito que fiquem na sala, penduro as guitarras, exponho os livros, o amor enche os olhos, sorri e concorda. O amor topa um show do Ludovic, e até se diverte comigo. Diz que música ruim dá dor de cabeça e que instrumental é canção sem pedaço. O amor me faz conhecer melhor as pessoas e se deixa conhecer aos poucos. Há momentos que o amor me desconcerta, prova por a mais b que não somos um, que cada um é outro, que se pode não ser sempre. O amor me ensina que eu sou um chato, que sei atacar na mansidão. Me convida a deixar de me infurnar nas ideias e a fazer um pouco prá variar. Em especial, o amor me mostra que as pessoas têm salvação, que cada um é uma imensidão e que além dessa grande massa irregular, há gente.
 Também o amor elogia o que eu escrevo, ressente que tão pouco sobre o amor. O que não sabe o amor é que é pura incompetência em exprimir o tamanho que tem cada coisa que ele me traz.
Agradeço com todo amor.


*essa é uma postagem extra, o compromisso da atualização toda segunda-feira continua valendo

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