terça-feira, 11 de março de 2014

Morto de fome

          Um dia encontrou aquela mulher. No lugar que ela sempre esteve. Sarcástica, forte, de passado torto, acostumada com o que havia de pior na vida. Encontrou-a ali, com os olhos em tom caramelo. Fingida, dissimulada, e ao mesmo tempo cristalina como se é possível. Dona da verdade, ostentando um doce fervor. Ativa, a energia podia ser vista nas suas curvas e traços fortes. Foi por não pensar direito que ele pensou que podia passear por essa floresta de desejo sem se perder. Ela levantou as pernas delicadamente, e paradoxalmente revelava sua feminilidade agressiva, animal morto de fome. E ele engolido, perdido, procurou uma solução. Mas como de costume é, ela queria outra coisa, um homem mais homem, menos apaixonado, menos garoto. No outro dia ele sofreu como poucas vezes. Mas sentiu que merecia.

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