segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

    Quanto mais cavo, menos sinto falta da religião e da espiritualidade. Mantenho a fé... Nas pessoas, nas mudanças ainda que lentas. Tenho os meus ritos, demasiadamente humanos e com sentidos particulares. No meu altar os santos são homens, pecadores, não são ideais, é gente que soube fazer algo – uma coisa que seja – muito bem. Artistas, cientistas, loucos.  Lá há mais melodias do que imagens. Minha oração é uma canção, em outros dias é outra, e assim vai conforme tocam meus sentimentos. Meus irmãos não dividem a mesma crença, não precisam ser iguais, embora não deixamos de sermos naturalmente. Diante do oco da vida, do que nos desespera, não recorro a Deus, mas ao mistério da vida humana, do mundo que nos determina, e da finitude irremediável. Espero um dia aceitar definitivamente o fim, a quem o aceita não há dor que tire a importância da vida, não há sofrimento capaz de diminuir a imensidão.

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